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02 agosto 2005

Já não sou mais poeta 

Muitos leitores apaixonados pela minha Poesia, têm-me enviado chorosas missivas implorando por mais Poesia, porque a que há não chega. Respondo-vos agora, amigos leitores. Algumas das minhas obras-primas antigas ainda não foram publicadas; mas, de facto, há já algum tempo que não produzo novas. O Poema que segue em baixo fornece algumas pistas para descortinar as razões de tanta secura poética.


Já não sou mais poeta

Já não sou mais poeta.
A tinta da minha pena secou de velha.
Despi minha capa de herói super-poeta,
E a minha pêra, desfi-la, já não me serve!

Minha poesia não é mais poesia!
Já ninguém me venera, já não consigo rimar.
Meus versos não têm a magia da mentira de outrora,
Quando sentia o que o leitor queria sentir
E conseguia esquecer-me de mim próprio…

Não! Já não sou mais poeta!

Ser poeta é voar alto sobre os homens,
É admirar as estrelas com que me olhas,
Saber o perfume da rosa com que me beijas,
Morder como quem beija o mármore dos teus braços.

Era poeta e era belo!
Tinha pêra e imperava,
Tinha sede de poesia e era sede de poesia.

Ah! Como era bom quando me chamavam:
«Bom dia, Sr. Poeta!»
Eu sorria, altivo — do alto de minha poesia — pinheiro alto.

Oh! Como era Poeta quando era poeta!

Não! Já não sou mais poeta!…

© Zwei 16/4/2000

N.B. «Tinha sede de poesia e era sede de poesia» deve ler-se "Tinha sêde de poesia e era séde de poesia".

Zwei agoniante

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