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29 outubro 2003

Morreu a cadela que passeava a dona 

Tenho uma vizinhança insólita… Mas não tenho tempo nem disposição poética para os descrever a todos, felizmente.
Bem, uma das vizinhas é uma senhora muito peculiar cuja idade não tarda muito a chegar aos 60, de cabelo vermelho com um penteado portentoso cheio de laca.

Ela tinha uma cadela muito, muito gorda! Tão gorda que parecia que ia rebentar a qualquer instante. Passava as horas a arfar e/ou a comer.
Mas o mais invulgar era não ser a dona a passear a cadela, mas antes a cadela a passear a dona!… É verdade! Ela levava-a por uma trela e o bicho lá ia comendo umas ervas pelos jardins dos prédios vizinhos. Mas era sempre ele quem decidia o itenerário e os horários. Ela bem reclamava: «Anda-te embora!… Já chega!…» O cão imóvel; a senhora nem um movimento com a trela, nem a mais leve tensão. E ela insistia, irritada: «Anda lá, que chato!…» E ela enervava-se mesmo!!! Mas lá tinha de esperar pela bola de carne voraz e preguiçosa, dolente na tarde calma… até que esta decidisse mexer o cu noutra direcção.
No outro dia, a senhora, atravessando a rua tapando a cara com o guarda-chuva, deu-me, a custo e entre lágrimas e convulsões, a terrível notícia:
«O meu bichinho morreu… snif snif»

Permaneci calado; ela seguiu atrás de mim.
O bicho…
Esse…
Nunca mais o vi…

Zwei sensível

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